Na sua génese e desenvolvimento, estamos perante situações diferentes quer em dimensão quer na sua natureza.
No final dos anos 90 ocorreu um dos dos maiores "bull markets" do mercado norte-americano tendo-se seguido a bolha das dotcom devido ao investimento nas novas empresas on line das tecnologias de informação e comunicação, fortemente divulgadas em blogues de investidores.Muitas delas não tinham um plano de negócios de longo prazo ou possibilidade de render o valor atribuído pelos empreendedores que julgaram ser o momento oportuno para se investir em empresas online, que ficaram sobrevalorizadas.
Em menos de um mês, quase um trilião de dólares foi absorvido pela desvalorização, que atingiu 75%, sendo que hoje e com os valores corrigidos, o Nasdaq não atinge o índice recorde do estouro da bolha. No fim de 2000, um quinto das empresas que fizeram a oferta pública de ações em 1999 encerraram a sua atividade. Foram tempos de terror para várias empresas de tecnologia.
Relativamente à situação ocorrida em 2020 com a GameStop e extensiva a outras companhias designadamente a AMC Entertainment e a Blacberry, o fenómeno envolve empresas existentes, sediadas no mercado da baixa capitalização e significativa influência do short selling.
Em 2020 a sobrevalorização tem inicio num processo de repulsa dos investidores ao short selling e posteriormente alimentado por pressão compradora de Fundos para fecho de posições com perdas ou ganhos de capital.
Em comum entre 1999 e 2021, encontramos comportamentos emocionais de investidores individuais sediados «em rede», ignorância dos fundamentais da economia empresarial e focus no day trade.
Ontem em blogues.
Hoje em comunidades sediadas em fóruns de redes sociais.
No momento atual, é significativamente maior a capacidade comunicacional em tempo real, devido ao diferente estado da arte.