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dr.ruy.ribeiro
Apr 15, 2022
In Alternativas de Poupança
Quero partilhar, com os membros do nosso clube, a minha experiência na bolsa lisboeta que, vale o que vale... Sempre fui 'alérgico' a investimentos nas bolsas de valores e a especulações contudo, em meados dos anos 90, comecei a investir, o 'bichinho' pegou e nunca mais deixei de investir ainda que, por vezes, faça intervalos grandes fora da bolsa. Chamo investir e não 'jogar na bolsa' porque sou de comprar e manter as acções por longos períodos de tempo, não sou de comprar e vender, comprar e vender, comprar e vender, tipo especulador. Com a crise das tecnológicas no início do milénio, cheguei a estar a perder 55% do valor investido, assustei-me a sério mas, felizmente, tive o bom senso de saber esperar e, em finais de 2006, início de 2007, consegui recuperar tudo e ainda ganhar. Foi o que chamei de 'travessia do deserto' mas, reconheço trouxe-me grandes ensinamentos e são essas 'lições' que vou partilhar convosco. Cheguei a investir em bolsas estrangeiras (Madrid, Paris, Frankfurt e Nova Iorque) mas desisti de o fazer porque a fiscalidade é complexa, pagamos lá, pagamos cá e a declaração do IRS fica demasiado complicada no preenchimento. Decidi então ficar-me pelo nosso PSI, bolsa sem massa crítica, com pouca expressão e número reduzido de empresas. As regras que sigo são poucas e muito simples, apenas 4, (A) a 1ª e a mais importante, nunca investir dinheiro que sabemos vir a precisar a curto/ médio prazo, pelo menos nos próximos 5 anos, senão mais e até sem limite temporal, (B) investir em empresas que estiveram, estão e, com elevada probabilidade, vão estar no futuro, (C) que pagam dividendos atractivos e (D) saber esperar. Contudo, nenhuma das regras é infalível, veja-se o caso da Portugal Telecom e do BES... Para cumprir com aquelas regras, das 15 cotadas actualmente no nosso PSI, apenas 3, do meu ponto de vista, valem a pena e justificam o risco: a REN, a EDP e a Navigator. A REN é a nº 1 porque não tem concorrência e tem o monopólio assegurado pelo Estado, até 2057 para a electricidade, e até 2048 para o gás. O ponto negativo é que tem que pagar a CESE (contribuição extraordinária para o sector energético) mas ainda assim paga um dividendo muito interessante e seguro. Quando a REN estoirar, já tudo o resto estoirou há muito tempo... A Navigator é a nº 2 porque paga um dividendo generoso e tem sólidas bases, além de estar num sector primordial onde tem sabido diversificar, de forma inteligente e consolidada. A EDP é a nº 3, só não é a nº 2 porque o dividendo é menos generoso, se fosse seria ela a ocupar o 2º lugar. Tem 75% da EDP Renováveis uma empresa que opera num sector, com grande futuro, o das energias limpas e sustentáveis. Não invisto directamente na EDP Renováveis porque paga um dividendo miserável e tem um accionista fortemente maioritário. Prefiro investir nela indirectamente através da EDP que tem o seu capital muito mais repartido em bolsa (o accionista maioritário é a China Three Gorges com 20,22% e a seguir a Blackrock com 10%). Quando, por qualquer motivo (guerras, covids, alterações climáticas, crises económicas, declarações políticas, etc.) as bolsas corrigem fortemente, há que ter o dom de saber esperar porque o nosso dinheiro não está parado e vai rendendo um dividendo atraente enquanto esperamos, com muita calma, que os mercados recuperem. Das restantes cotadas temos algumas numa 'zona cinzenta', que podem ter algum interesse para quem queira correr um risco um pouco maior, caso da Altri e Greenvolt, BCP, GALP, JM, NOS e Sonae. As restantes 4, a meu ver, não têm interesse. O valor da Semapa está na Navigator, os CTT e a Mota Engil são demasiado voláteis e a Corticeira Amorim é 'demasiado' familiar. Como referi no início, vale o que vale e retrata a minha experiência e as minhas ideias de investimento na bolsa. A todos, o meu abraço e votos de uma Santa e Feliz Páscoa. Ruy Ribeiro 932 223 222
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